Sinistros de trânsito: cerca de 80% dos atendimentos do Trauma de João Pessoa são de vítimas de moto

Número representa 78,52% dos atendimentos dessa categoria, acendendo um alerta para toda a sociedade e destacando a gravidade do problema.

Dados obtidos junto à assessoria de imprensa do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa revelam um cenário preocupante: em 2024, a unidade hospitalar realizou 12.460 atendimentos relacionados a sinistros de trânsito, sendo 9.786 deles ocasionados ou envolvendo motocicletas. Esse número representa 78,52% dos atendimentos dessa categoria, acendendo um alerta para toda a sociedade e destacando a gravidade do problema.

Em seguida, vêm os sinistros com bicicleta (913 casos, representando 7,33%), automóveis (893 casos, ou 7,17%), atropelamentos (806 casos, 6,47%), sinistros com ciclomotores (42 casos, 0 ,34%) e, por último, sinistros envolvendo ônibus (20 casos, 0,16%).

De acordo com Abimadabe Vieira, observadora certificada do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), os sinistros envolvendo motocicletas no Brasil ocorrem devido a uma combinação de fatores, como consumo de álcool ou substâncias ilícitas, falta de habilitação dos condutores, desrespeito às normas de trânsito, uso inadequado ou ausência de equipamentos de segurança, como capacetes e calçados internos, condições precárias de trabalho, especialmente no setor de entregas, entre outros.

“Os acidentes de motocicleta representam um grave problema de saúde pública no Brasil. Além de serem a principal causa de vítimas nas vias, eles sobrecarregam o Sistema Único de Saúde (SUS) com altos custos relacionados a internações e reabilitação”, diz Vieira.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2023, mais de 1,2 milhão de pessoas foram hospitalizadas em decorrência de sinistros envolvendo motos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já registrou, em média, 77 sinistros com motocicletas por dia nas rodovias federais.

Outro dado alarmante é o número de motocicletas em circulação no Brasil, que marcava 32 milhões até setembro de 2023, reforçando a necessidade de ações de prevenção e conscientização.